Seriedade e simplicidade: Tonhão diz como trocou o ataque pela defesa

De Osasco-SP
Gustavo Aleixo
São necessários apenas alguns minutos de conversa para desmistificar a cara fechada e o nome de “zagueiro durão” que acompanha Tonhão. Tímido, o defensor cruzeirense transparece um jeito simples, de quem não faria mal a uma mosca. E foi exatamente por ter um bom coração, que lhe sugere certa inocência, que o garoto trocou, meio que sem querer, o ataque pela defesa.
“Comecei no futebol jogando num campinho de terra. Uma parte do campo tinha grama. A outra, não. Naquela época eu era centroavante, mas a bola não entrava (risos)”, relembra
“Aí teve um jogo que não tinha zagueiro, e o treinador chegou para mim e perguntou: ‘Você já jogou de zagueiro?’. Falei que sim, mas nunca tinha jogado (risos). Daí, comecei a jogar como zagueiro e gostei”, acrescenta.
A simplicidade de Tonhão tem justificativa. Apesar do nome imponente, o zagueiro cruzeirense é daqueles meninos criados pelos avôs. É justamente a eles que o defensor é grato por hoje seguir buscando o sonho de ser tornar jogador de futebol.
“Desde pequeno morei com meus avôs. Sou muito apegado a minha avó, Jovelina. Ela sempre falava para eu não desistir do meu sonho, que eu sempre me dedicasse, porque não seria fácil. Os moleques sempre falavam de mim e eu não aguentava. Falavam que eu não iria longe, mas minha avó me ouvia e falava para sempre acreditar em mim. Hoje quando volto a Carnaúba-RN, onde fui criado, me olham de outra forma”, destaca Tonhão.
Para ajudar o neto a realizar o sonho, os avôs de Tonhão faziam de tudo para incentivá-lo, deixando-o livre para jogar bola, sem preocupação. Com o dinheiro da aposentadoria, os avôs bancavam as viagens e tudo aquilo que o jovem zagueiro precisava para alçar voos mais altos.
“Tudo isso me fez lutar ainda mais pelo meu sonho”, ressalta Tonhão, que, aos 16 anos, ganharia a chance de atuar pelo ABC, de Natal-RN. “O treinador do time da minha cidade tinha convivência com o pessoal do ABC e me levou para lá. No começo, foi estranho. Se adaptar e ter que conhecer novos amigos é muito ruim, mas com o decorrer do tempo fui conhecendo pessoas novas. Fiquei no alojamento, então, tive só que aprender a arrumar a cama (risos)”, completa.
No clube potiguar, Tonhão permaneceu por um ano, mas precisou de apenas um jogo para novamente mudar de ares, em fevereiro de 2015. O destino foi o Cruzeiro, que viu de perto o potencial do jovem zagueiro durante a Copa São Paulo daquele ano.
“Estava jogando pelo ABC, e o Cruzeiro estava na nossa chave. Joguei muito bem contra o Cruzeiro, eles gostaram e cheguei à Toca da Raposa. Liguei para minha vó e ela ficou muito feliz”, recorda Tonhão, hoje titular da Raposa na Copa São Paulo deste ano e motivo de contínuo orgulho dos avôs e de toda a família.
“Sempre sonhei em jogar num time grande, e a oportunidade surgiu num jogo só, então, fiquei feliz. Deixei e deixo minha família orgulhosa até hoje por estar aqui, no Cruzeiro”, encerra o zagueiro cruzeirense.
Com informações so site do cruzeiro

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